Por último, neste ciclo dos sete princípios, o meu favorito de todos. Vamos lá…
7. Direção
Para começar é importante reconhecer que a ‘posição correta’ não existe. ‘Posição correta’ para se sentar em frente ao computador, ‘posição correta’ para ficar em pé, etc…, não existe ‘forma correta’ de andar. Se houvesse uma, o ser humano ia ter encontrado…
Através do meu estudo do corpo eu cheguei a ver que a ‘posição correta’ é uma situação impossível na natureza, porque implica algo estático. Isso simplesmente não pode existir em um universo de movimento interminável e constante. O que existe porém, é uma direção diferente.
O processo que eu estou prestes a descrever é a continuação do meu post anterior sobre a “inibição“. Em suma, ‘inibição’ é a oportunidade que você conscientemente fornece para o seu sistema, para fazer uma pausa e tomar um pouco de tempo para re-examinar como você faz o que você faz. Hoje nós vamos olhar um pouco mais para o que acontece nessa pequena fração de tempo, quais são as suas opções.
Antes de prosseguirmos deixe-me lembrá-lo que a inibição é um conceito, mas a aplicação da inibição em atividade é uma HABILIDADE. Assim, embora a descoberta do conceito já poderia desenrolar todo um novo campo de percepção, para construir a habilidade, o seu sistema realmente precisa de tempo. Você não pode apressar este processo e no momento em que você sentir que está se esforçando demais é quando você sabe que está em um caminho errado …
Então, enquanto nós lentamente desenvolvemos a capacidade de fazer uma pausa e observar a nós mesmos na atividade, a questão que normalmente vem em seguida é ‘e agora o que eu faço?’
A resposta à essa pergunta está mais perto do que você pensa. Ela é parte do processo em que você já está. Mas o que geralmente acontece neste momento é que alguma idéia externa pré-concebida, do que você acha que deve fazer é mais forte do que o seu desejo de ficar com o seu processo inicial de auto-investigação. Cai alguma ficha com os exemplos à seguir? “Meus ombros são arredondados demais’,’ Como é que eu fico assim?’, ‘Eu deveria estar mais relaxado’, e assim por diante … No pensamento ‘meus ombros são arredondados demais’ a maioria de nós irá responder empurrando os ombros para trás . Para ser mais preciso, a maioria de nós têm seguido a instrução ‘empurre os ombros para trás!’ desde pequeno, então as chances são que a ação de puxar os ombros para trás acontece mesmo sem saber. Eu vou chamar essa resposta automática ‘direção inconsciente’.
Então, voltando à pergunta ‘e agora o que eu faço?’, eu lhe pergunto: como você pode descobrir o que fazer, se você não está claro sobre o que você já está fazendo, ou seja quais são as suas direções inconscientes? Afinal de contas, você deve estar fazendo algo para causar o problema, caso contrário, a natureza estaria livre para funcionar e trabalhar no princípio do menor esforço, como destinada para fazer.
(Princípio do menor esforço: Usar esforço tanto quanto necessário na atividade em que está, e não mais, nem menos. Você pode ler mais sobre isso no texto, ‘“O uso afeta funcionamento”, ou simplesmente observando uma criancinha de dois anos de idade em movimento!)
Entender que já estamos impondo direções inconscientes ou mesmo conscientes em nosso movimento o tempo todo é crucial para a investigação da origem da nossa dor ou desconforto. Começar a identificar o que está acontecendo, e aprender a lidar com o ‘extra’. Como o Alexander costumava dizer: “Na ausência do errado, O CERTO SE FAZ”.