Observe a imagem do filme UP, Altas Aventuras. Aqui, somos apresentados a duas direções opostas: o lado direito da ilustração está representando o hábito universal de pressionar a cabeça para baixo; já o lado esquerdo da ilustração representa o equilíbrio natural, que nós esquecemos durante a vida.
5. Apreciação sensorial não confiável
Em 1941, F. M. Alexander estava escrevendo o seu último livro ‘The Universal Constant in Living’ e descreveu sua técnica em um pequeno parágrafo:
‘Na prática da minha técnica, o tédio de fazer exercícios por um tempo todos os dias é evitado, e as oportunidades para experiências erradas na prática são minimizadas. Desde que nos mantenhamos firmes, em tudo o que fizermos, ao princípio de conscientemente inibir interferências no funcionamento do controle primordial, nossas atividades cotidianas podem se tornar em meios constantes de desenvolvimento psico-físico no seu sentido mais completo. A má direção instintiva que levou à interferência no funcionamento do controle primordial irá ser transformada em uma direção consciente do uso do si mesmo, associada à confiabilidade da apreciação sensorial.’
Agora, minha tradução:
A Técnica Alexander não é aplicada através de exercícios específicos, mas na vida em si. O processo é simplesmente aprender a deixar o corpo principal (cabeça e tronco) em paz enquanto realizar qualquer atividade – um estudo na unidade de mente e corpo. A falta de presença durante a atividade (que é o que causa desconforto, má postura ou dor) agora é substituída por um conhecimento mais preciso do que você está fazendo errado (padrões inconscientes de tensão muscular) e um conjunto de princípios orientadores sobre como evitar fazer esse ‘errado’.
No fim do seu parágrafo Alexander menciona a ‘confiabilidade da apreciação sensorial’. Este é o ultimo dos 7 princípios que nós vamos explorar antes das ferramentas práticas oferecidas na Técnica Alexander.
Observe a imagem do filme UP, Altas Aventuras. Nela, somos apresentados a duas direções opostas: o lado direito da ilustração está representando o hábito universal de pressionar a cabeça para baixo, o que Alexander reconheceu no próprio uso. Já o lado esquerdo da ilustração representa o equilíbrio natural, que nós perdemos durante a vida.
Alexander estava acostumado estar na postura do lado direito e nem sabia, até que um problema físico apareceu para lhe avisar, a perda de voz. A percepção sensorial – ou propriocepção – não avisou ele que algo estava errado, o problema que o avisou. Em outras palavras a apreciação sensorial dele não era confiável.
Na Técnica Alexander nós vemos a maior parte da população adulta com:
- algum tipo de falta de equilíbrio entre crânio e coluna;
- uma apreciação sensorial não confiável que não avisa sobre este desequilíbrio.
A prova disso é que você não vê pessoas andando com um equilíbrio que eles tinham quando crianças, ou a sensação de leveza e liberdade que acompanha esse equilíbrio. Dores nas costas, joelhos ruins, postura distorcida e respiração restrita são considerados normais, e isso é um resultado direto da nossa apreciação sensorial não confiável. Nós não conhecemos outra possibilidade, então achamos que deve ser assim.
No post Reconhecimento de Hábito dividimos o processo da Técnica Alexander em dois passos:
1) IDENTIFICAR o hábito
2) EXPERIMENTAR diferentes possibilidade sobre a sua reação no estimulo
O passo 1 é baseado em abrir a percepção, abrir a possibilidade que talvez vc está fazendo algo que não dá a sensação de errado. O passo 2 será mais explicado nos últimos dois princípios, ‘Inibição’ e ‘Direção’, que são mais ferramentas do que princípios na Técnica Alexander.