Não são poucas as reclamações sobre tensão excessiva em instrumentistas de cordas ― sejam friccionadas, sejam tangenciadas. Cada instrumento das famílias das cordas exige do músico um esforço físico que, se não for controlado, pode levar o corpo a colapsar, gerando de desconfortos e dores intensas momentâneas a patologias graves.

Ao longo de todos esses anos trabalhando como professora da Técnica Alexander, conheci muitos instrumentistas de cordas reclamando de dores e tensão excessiva. Assim como aconteceu comigo, quando sofria de tendinites agudas ao tocar percussão, também percebo que muitos desses problemas são oriundos do mau uso de si mesmo.

Vamos falar sobre esse assunto e entender como lidar com essas tensões? Venha comigo!

Qual a origem da tensão excessiva nos instrumentistas de cordas?

Movimentos repetitivos, realização de contração muscular contínua nos dedos, mãos e punhos, postura do braço, antebraço e pescoço, uso de arco ou o próprio peso do instrumento são alguns fatores significativos para criar tensão excessiva que leva a problemas musculoesqueléticos nos instrumentistas de cordas.

Independentemente do tipo de instrumento, a origem da tensão excessiva nos instrumentistas de cordas está no fato de que há uma sobrecarga no uso daquele membro, região do corpo ou articulações durante a prática musical. Ou seja, se você estiver passando por esse problema, é um sinal de que a maneira como vem organizando sua postura e movimentos está desfavorável à sua saúde. 

A tensão excessiva está muito relacionada a um excesso de compressão, que não necessariamente está no ombro, antebraço ou na ponta dos dedos, mas, sim, na relação do uso do corpo como um todo. Por exemplo, o ato de projetar a cabeça para a frente na hora de ler uma partitura pode criar uma tensão excessiva no pescoço, a qual reverbera para o corpo inteiro!

Lembre-se de que onde existe compressão, há limitação do movimento. E se você precisar tocar por muitas horas nesse estado, seu corpo enviará sinais de alerta de que é preciso parar.

Ainda, todo corpo tem uma história. Isso significa que a maneira como você organiza sua postura e movimento resulta de seu aprendizado de vida ― muitas vezes inconsciente, incluindo inúmeras reações psicofísicas aos acontecimentos do cotidiano, como é o caso do estresse.

Como a tensão excessiva em instrumentistas de cordas costuma aparecer?

Agora, elenco algumas respostas do corpo à tensão excessiva em instrumentistas de cordas.

Dor

A dor é o sinal mais comum de que há uma sobrecarga no corpo. Ela pode aparecer nas regiões de contato com o instrumento, como mãos, punhos e pescoço, ou em locais mais distantes, como a espinha lombar. Ainda, a dor pode irradiar para várias partes de um mesmo membro.

Cansaço

Ficar muito cansado poucos minutos depois da prática musical também demonstra uma tensão excessiva. Isso significa que seus músculos estão tão sobrecarregados que entram em fadiga rapidamente. O cansaço pode ou não vir acompanhado de dores.

Dificuldades técnicas

Apresentar dificuldades técnicas nem sempre está relacionado a um problema de aprendizado, mas, sim, pode ser resultado de tensão excessiva e compressões que estão limitando seus movimentos. Dessa maneira, você não tem a liberdade e fluência necessária para fazer uma passagem veloz ou com refinamento técnico.

Lesões 

O último estágio é o aparecimento de lesões, como é o caso das tendinites. Nesse momento, o corpo simplesmente atingiu o limite de esforço e precisa de tratamento médico ― além, claro, de uma reeducação postural.

Como o mapeamento corporal para músicos pode ajudar?

Cada um de nós tem uma espécie de “mapa mental” de como seu corpo funciona. É um entendimento próprio de como se organiza sua postura, o uso das articulações, a respiração, entre outros. Este mapa mental pode ser consciente ou não; foi criado ao longo do seu crescimento e desenvolvimento, mas também resulta do seu aprendizado na música, na escola etc.

Pensando nisso, o mapeamento corporal para músicos é uma forma de atualizarmos esse mapa, a fim de melhorar o funcionamento do corpo. Por exemplo, quando desenvolvemos uma inflamação na articulação do cotovelo, isso pode estar acontecendo, simplesmente, porque a maneira como nosso mapa mental pensa o funcionamento dessa articulação não corresponde à realidade do desenho da articulação.

Para ajudar você a ter um mapa mental do seu corpo correspondente com a fisiologia “real”, eu criei o curso Mapeamento Corporal para Músicos. O objetivo é apresentar as principais estruturas do corpo, a relação cabeça-espinha, a anatomia da respiração e a coordenação na prática musical. O está organizado da seguinte maneira:

• aulas pré-gravadas e conteúdos bônus;
• apostila exclusiva com 65 páginas de conteúdo em textos e imagens;
• grupo de apoio no Facebook com alunos e ex-alunos do curso, bem como membros da Formação CCPM.
• um encontro ao vivo comigo para você trabalhar questões de consciência corporal.

Considero o Mapeamento Corporal para Músicos uma ferramenta importantíssima para lidar com a tensão excessiva, não somente em instrumentistas de cordas, mas para todos os músicos. Afinal, a compreensão de como seu corpo funciona é a chave para liberar você das tensões prejudiciais que impedem uma prática musical mais livre, saudável e prazerosa.

Então, convido você a investir agora mesmo no curso Mapeamento Corporal para Músicos para alcançar outro nível de liberdade de movimento, dentro e fora de sua prática musical!