Este é um post principalmente para violinistas, mas acredito que se refere para qualquer instrumentista. Cantores, neste link tem o post mais focado na voz.
Um violinista recentemente fez essa pergunta, mais especificamente o que examinar na Hilary Hahn, a violinista do vídeo. Eu pessoalmente, acho que o melhor jeito de aprender é observando, então merece um post!
Vamos concordar que observar um músico tocando e achar que ele está tenso não é tão difícil. Dá pra ver os ombros e braços tensos, a respiração não fluida, talvez uma sensação de nervosismo geral na aparência. Observar um músico tocando relaxado é um pouco mais difícil! No vídeo, a Hilary Hahn claramente não está ‘relaxada’, ela precisa de esforço muscular para tocar Paganini! Mas ao mesmo tempo ela tem uma facilidade na velocidade e uma eficiência na entonação fora do comum.
Então, a pergunta vira muito mais especifica: qual é a diferença entre o esforço muscular da Hilary e o que para a maioria de nós vira um obstáculo?
O esforço muscular dela está DIRECIONADO tão perfeitamente que a eficiência é sublime. Chama-se princípio do mínimo esforço – o esforço que precisa, nem mais nem menos. Nós admiramos isso no movimento leve e firme do gato. É por causa deste princípio que o gato consegue pular sem cair e com a maior elegância. É também por isso que a Hilary consegue tocar coisas tão complexas de um jeito tão fácil.
Se eu não observo a tensão o que eu observo?
Se você não consegue observar o que ela faz para tocar no jeito livre, repare o que ela não faz e o que acontece no lugar da tensão excessiva. Tem uma grande lista de detalhes que dá para mencionar aqui, mas vou dar atenção em apenas um, que tem haver com o princípio mais básico da Técnica Alexander:
‘A qualidade com que
a sua cabeça se equilibra em cima da sua coluna
vai determinar
a qualidade do tônus muscular
no resto do seu corpo’
Se a cabeça não está equilibrada livremente em cima da coluna, todo restante – pescoço, ombros, etc. – vai tensionar para ‘segura-la’! Para a maioria de nós aprimeira parte que vem salvar essa falta de equilíbrio natural é a mandíbula.
Perceba durante o vídeo inteiro como a mandíbula da Hilary não faz parte do processo da interpretação. Em vez disso, a articulação da mandíbula está livre, isso deixa o peso da cabeça levemente caída para apoiar o violino, um apoio conectado e não um efeito ‘pinça’! Essa qualidade é impressionante na hora de tocar Paganini e ao mesmo tempo é a chave para tocar Paganini!
Detalhe: Outras pessoas tem isso mais natural, outras menos, mas em qualquer jeito é algo para praticar.
Pegue qualquer frase desafiadora e ao invés de praticar as notas, pratique aumentar o tempo, sem tensionar a mandíbula. Consegue? Faça um teste…